No sufoco, Palmeiras se classifica; Botafogo brilha no grupo da morte do Mundial.

Por Kemuel

O Palmeiras viveu uma noite para ser esquecida no Mundial de Clubes. Em uma das atuações mais frágeis da era Abel Ferreira que se aproxima de completar cinco anos, o time alviverde apresentou um desempenho muito abaixo do esperado e acende um sinal de alerta para a sequência da competição.

Em campo, o Palmeiras se mostrou desorganizado, espaçado, desconectado e pouco atento. Problemas de escalação, insistência em alguns nomes e apostas em jogadores que não vêm correspondendo contribuíram para uma atuação que beirou o desastre do início ao fim.

Se na estreia contra o Porto o desempenho foi promissor, e na vitória sobre o Al Ahly o time já demonstrava sinais de alerta apesar de um segundo tempo eficiente, diante do Inter Miami o Palmeiras teve sua pior atuação na competição até aqui. A equipe foi facilmente exposta defensivamente, cedeu muitas chances e apresentou pouca criatividade ofensiva. O empate nos minutos finais salvou não apenas o resultado, mas também a liderança do grupo, que garante um confronto teoricamente mais acessível contra o Botafogo nas semifinais evitando o Paris Saint-Germain.

Apesar do empate que garantiu a primeira colocação, o desempenho preocupa. As escolhas de Abel Ferreira, que frequentemente ajusta o time de acordo com o adversário uma estratégia que, em teoria, faz sentido, desta vez não surtiram efeito. Na prática, o time piorou jogo após jogo na fase de grupos.

Ao analisarmos o desempenho dos clubes brasileiros no torneio, o Palmeiras foi, até aqui, o que apresentou o futebol mais preocupante. E isso contrasta diretamente com o investimento feito na temporada: cerca de R$ 400 milhões em reforços de peso. Jogadores como Paulinho que marcou seu segundo gol com a camisa do Verdão, ainda em processo de retomada após grave lesão, Estevão, que vinha atuando bem centralizado, mas não rendeu após ser deslocado novamente para a ponta, e outros nomes de peso ainda não conseguiram entregar o desempenho esperado. O saldo da noite? Preocupação. É a palavra que melhor define o momento do Palmeiras no Mundial. O time avançou, é verdade, e agora encara o Botafogo em um duelo de forças bem equilibradas. Mas, se quiser seguir adiante e sonhar com o título, o Palmeiras precisará apresentar muito mais do que fez até aqui.

BOTAFOGO SUPERA EXPECTATIVAS, ELIMINA O ATLÉTICO DE MADRID E AVANÇA NO MUNDIAL

O Botafogo contrariou todas as previsões e garantiu classificação histórica às oitavas de final do Mundial de Clubes. Inserido no grupo considerado o mais difícil da competição, ao lado de Paris Saint-Germain e Atlético de Madrid, o clube carioca superou as desconfianças e se colocou entre os classificados, com direito a uma vitória marcante sobre o PSG.

Antes do início do torneio, poucas pessoas entre analistas e até parte da própria torcida acreditavam na possibilidade de o Botafogo avançar. O cenário parecia desfavorável, sobretudo pela presença de dois gigantes do futebol europeu. No entanto, o time comandado por Renato Paiva demonstrou organização, resiliência e competitividade, principalmente nos confrontos contra os adversários mais fortes.

Curiosamente, a atuação mais abaixo do Botafogo ocorreu justamente diante do Seattle Sounders, o adversário mais frágil do grupo. Já contra PSG e Atlético de Madrid, o time apresentou desempenho sólido, consistente defensivamente e bastante competitivo.

Na partida decisiva contra o Atlético, o Botafogo entrou em campo com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença para garantir a vaga. E soube administrar esse cenário, especialmente no primeiro tempo, quando se defendeu bem e cedeu poucas chances. O time brasileiro repetiu, em alguns momentos, a estratégia adotada pelo PSG contra o próprio Atlético, ao forçar os espanhóis a buscar jogadas pelas laterais e cruzamentos na área.

No segundo tempo, como era esperado, o Atlético aumentou o volume de jogo, buscou o ataque e encurralou o Botafogo na tentativa de reverter a vantagem. O time brasileiro apostou nos contra-ataques, mas não conseguiu ser tão eficiente nas transições. O gol dos espanhóis veio apenas nos minutos finais, insuficiente para mudar a situação do grupo, mas suficiente para tirar do Botafogo a liderança que garantiria um cruzamento teoricamente mais tranquilo nas oitavas.

Agora, o Botafogo terá pela frente justamente o Palmeiras, em um confronto brasileiro que altera completamente a configuração do mata-mata. Se tivesse confirmado a primeira colocação, o adversário seria o segundo colocado do grupo do próprio Palmeiras, considerado um desafio menos complexo.

O resultado diante do PSG, o desempenho contra o Atlético e até mesmo a classificação na Libertadores contra o Estudiantes são capítulos que comprovam a evolução do trabalho. Renato e o elenco do Botafogo seguem firmes no Mundial, contrariando as probabilidades e levando o nome do clube às oitavas de final.

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