Instituto Casa Maranhense aposta em habitação digna com reaproveitamento e mutirões

Projeto busca ampliar acesso à moradia de qualidade em comunidades vulneráveis, aliando assistência técnica gratuita, reaproveitamento de materiais e parcerias

O Instituto Casa Maranhense nasceu da união de arquitetos e urbanistas com o propósito de transformar a realidade de famílias em situação de vulnerabilidade. O trabalho tem como base a Lei Federal nº 11.888/2008, que garante às famílias de baixa renda o direito à assistência técnica pública e gratuita para projetos e reformas habitacionais.

A atuação se concentra nas comunidades periféricas, especialmente em famílias de extrema vulnerabilidade, muitas delas sem banheiro em casa ou sem condições de realizar reformas. Para Carla Veras, a prioridade é justamente esse público: “São pessoas que realmente não têm banheiro em casa, que precisam da assessoria técnica, da doação de material e do acompanhamento para que consigam organizar mutirões e conquistar uma moradia melhor.”

Parcerias e lei local

O processo começa com o diagnóstico comunitário, em parceria com associações locais. A partir daí, arquitetos elaboram os projetos, identificam doadores de materiais e organizam a logística para execução das obras. “A gente conversa com as lideranças que já conhecem a realidade das famílias. A partir disso, criamos o diagnóstico técnico, o planejamento e buscamos os parceiros que podem doar os materiais”, explica Elson Nascimento. Segundo ele, os recursos nem sempre estão disponíveis no início: “Às vezes já temos captação, outras vezes entramos sem saber de quase nada e precisamos buscar doações durante o processo.”

Construção da escada por meio do Projeto de Mobilidade, em parceria com a população (Divulgação)

Uma importante meta do Instituto é a implantação da Lei de Assistência Técnica em São Luís, já aprovada na Câmara Municipal. “Estamos aguardando a sanção. A partir dela será possível firmar convênios de apoio financeiro e garantir que materiais usados em reformas de escolas e hospitais não virem lixo, mas sejam reutilizados para beneficiar famílias que precisam”, destaca Carla Veras.

Projeto replicável

O modelo desenvolvido pelo Instituto Casa Maranhense é considerado replicável e pode ser aplicado em diferentes comunidades com o engajamento local. “Mesmo que existissem 100 projetos como o nosso, ainda não seria suficiente. O público é gigantesco e precisa de arquitetos, parceiros e voluntários para levar dignidade às famílias”, afirma Elson Nascimento.

A missão é mudar a realidade das habitações populares com soluções sustentáveis e solidárias. Entre as metas, estão: ampliar oficinas e cursos, formar equipes comunitárias, reforçar a reciclagem de materiais, aumentar o número de famílias beneficiadas e implantar planos de bairro.

Quem quiser contribuir pode apoiar o projeto com materiais, recursos ou trabalho voluntário. “O problema está exposto: mais de 5 milhões de pessoas não têm uma casa de qualidade. O que fazemos é mostrar que é possível transformar essa realidade quando há engajamento”, reforça Carla Veras.

As informações estão disponíveis no Instagram @institutocasamaranhense. O site oficial será relançado em breve no endereço: institutocasamaranhense.org.br.

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