A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, natural de Niterói, no Rio de Janeiro, foi encontrada morta após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ela estava desaparecida havia quatro dias. O resgate mobilizou equipes locais e voluntários no Parque Nacional de Rinjani, uma das regiões mais visitadas por turistas de aventura no país.
Juliana realizava um mochilão pela Ásia desde fevereiro deste ano. Durante a jornada, passou por Filipinas, Vietnã e Tailândia, sempre compartilhando registros vibrantes nas redes sociais — paisagens deslumbrantes, culturas locais e reflexões sobre a liberdade de explorar o mundo. A viagem, segundo amigos, era um sonho antigo.
A advogada Flávia Dela Libera Vieira, amiga de Juliana desde 2016, contou que elas se conheceram durante o breve período em que a publicitária cursou Direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), antes de migrar para a área de Comunicação. “Era o sonho da Ju viver essa experiência. Ela estava tão feliz, tão conectada com tudo o que vivia”, relatou.

O acidente ocorreu durante a subida do Monte Rinjani, um vulcão ativo com 3.721 metros de altitude, na ilha de Lombok. A trilha que leva até o topo é considerada desafiadora e exige preparo físico, equipamentos adequados, pernoite no trajeto e cuidado redobrado, já que o ar torna-se rarefeito em boa parte do percurso. O local atrai milhares de turistas por ano, mas também registra riscos: nos últimos cinco anos, ao menos oito pessoas morreram e 180 ficaram feridas em acidentes no parque nacional.
O guia Ali Musthofa, de 20 anos, relatou à imprensa local que havia sugerido a Juliana que fizesse uma breve pausa para descansar durante a trilha, enquanto ele seguiria um pouco à frente, como haviam combinado. Segundo ele, o plano era reencontrá-la poucos metros adiante.
Ali, que atua como guia na região desde novembro de 2023 e costuma subir o Monte Rinjani duas vezes por semana, disse que se distanciou por apenas três minutos. Ao perceber que Juliana não chegava ao ponto combinado, retornou imediatamente para procurá-la.
A tragédia reforça a importância da segurança em atividades de ecoturismo e trilhas de alta complexidade. A experiência de Juliana não era imprudente — pelo contrário, ela se preparava, estudava os lugares e demonstrava consciência sobre os desafios. Ainda assim, percursos de natureza extrema pedem atenção constante, especialmente em áreas com histórico de acidentes.