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Nesta segunda-feira (16), a tensão entre Israel e Irã voltou a ganhar força com novos ataques, declarações contundentes de ambos os lados e reações internacionais que refletem um mundo à beira de um novo colapso diplomático. A crise dominou a pauta da cúpula do G7, realizada no Canadá, e expôs diferenças entre líderes ocidentais — especialmente entre o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Logo pela manhã, Israel confirmou um novo bombardeio contra Teerã, atingindo a sede da emissora estatal iraniana. Segundo as autoridades israelenses, o local também seria um centro de operações de comunicação militar. O ataque faz parte da operação “Leão em Ascensão”, que visa desarticular a estrutura de inteligência e o programa nuclear do Irã. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que o espaço aéreo do Irã está controlado, afirmou que a campanha militar “ainda não acabou” e que Israel seguirá até “cumprir todos os seus objetivos”.
Em resposta, o Irã intensificou sua ofensiva com uma nova leva de mísseis balísticos e drones lançados contra Tel Aviv e Haifa. Ao menos oito pessoas morreram, e dezenas ficaram feridas. Entre os alvos iranianos, estaria o prédio da embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv — fato que aumenta a pressão sobre a Casa Branca para adotar um posicionamento mais firme.
Enquanto isso, o G7 se reuniu em Kananaskis, no Canadá, tentando articular uma reação conjunta à crise. Os líderes das sete maiores economias debateram estratégias para conter os efeitos do conflito sobre a economia global, sobretudo o risco de alta no preço do petróleo. O grupo chegou a esboçar uma declaração conjunta pedindo “contenção” entre Israel e Irã — mas Donald Trump recusou-se a assiná-la.
Em pronunciamentos paralelos, Trump elogiou os ataques israelenses como “excelentes” e “bem-sucedidos”, disse que o Irã deveria “parar de brincar com fogo”. O porta-aviões USS Nimitz foi enviado ao Oriente Médio para garantir “opções estratégicas”. Ao mesmo tempo, minimizou o conflito dizendo que “às vezes, eles precisam se enfrentar”.

O presidente Lula, que participa do G7 como convidado, ainda não se pronunciou oficialmente nesta segunda-feira, mas nos últimos dias condenou os bombardeios de Israel ao território iraniano, classificando-os como violação da soberania e como um risco à estabilidade internacional. O Brasil também segue sem embaixador em Israel, e Lula ainda é considerado persona non grata pelo governo de Netanyahu após críticas anteriores sobre a ofensiva em Gaza

Nos bastidores, fontes indicam que Lula tem defendido nos diálogos reservados uma abordagem diplomática para o cessar-fogo e uma retomada das negociações multilaterais envolvendo o Irã e os Estados Unidos — postura que o coloca em rota oposta à de Trump.
A guerra de narrativas e mísseis, enquanto isso, segue sem prazo para acabar. O Oriente Médio continua em estado de alerta máximo, e o mundo observa com preocupação os movimentos de líderes que podem selar o destino de uma nova fase de conflito ou de trégua incerta.